terça-feira, janeiro 30, 2007

O cúmulo da hipocrisia

Pensei que já tinha ouvido tudo...mas enganei-me...
Pasmem-se pois aqueles e aquelas que pensavam, como eu, que todos os argumentos pelo não à despenalização da interrupção voluntária da gravidez tinham sido já postos em cima da mesa.
Há uma alegação que eu pessoalmente desconhecia...a de que a despenalização do aborto vai aumentar as desigualdades sociais a que as mulheres estão expostas... e consequentemente reforçar a discriminação a que estão sujeitas.
Pois é... parece-me que este é o argumento que faltava ao não...
Seria cómico se não fosse trágico...

terça-feira, janeiro 23, 2007

O superior interesse das crianças

Está na hora de discutirmos em Portugal, e sem rodeios, o que é afinal o superior interesse das crianças. O que pressupõe esta demanda legal que parece funcionar como um chapéu de chuva debaixo do qual tudo e nada cabe. É tempo de se perceber objectivamente o que ela representa e o que reproduz de concreto na vida das/dos que dela dependem.
Precisamos compreender a quem serve este princípio...precisamos entender que direitos ele salvaguarda...precisamos saber a quem estamos de facto a proteger com ele.
Não podemos continuar a pedir às crianças deste país que acreditem que zelamos pelo seu superior interesse quando a toda a hora lhes mostramos precisamente o contrário...
Às Esmeraldas...e a todas as crianças a quem comprometemos o fututro com uma lei fraudulenta e omissa...um sincero pedido de desculpas.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Reescrever a História...

Gostava de poder reescrever a História...
a História da Humanidade, a História da Ciência... a História da Psicologia...
Reescrevê-la, reformatá-la... contar dela uma versão diferente...
Gostava de poder recontar a História que as mulheres fizeram...e que o silêncio teima em calar dos livros que folheamos...
Gostava de não ouvir dos/as meus/as alunos/as a pergunta inquietante: Porque não estudamos as mulheres?

terça-feira, janeiro 16, 2007

OVNIS nas Lages


Os aviões da CIA que aparentemente passaram por Portugal a caminho de Guantanamo (sete ao que julgo saber) vão figurar na história do nosso país como uma aparição de ovnis… enquanto alguns/as asseguram tê-los visto, outros/as juram a pés juntos que por estas bandas ninguém os avistou. Vá-se lá saber quem tem razão. Não é a primeira vez que há relatos sobre a aparição de ovnis nos Açores… a verdade é essa! As ilhas parecem ser particularmente propícias a estes fenómenos paranormais… o que não sabíamos (confesso a minha ignorância) era da existência de extraterrestres prisioneiros em Cuba, a viajar acorrentados nos ditos objectos voadores não identificados (e a fazer escala em Portugal!).


Imagem disponível em
(Consulta em 16.01.2007)

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Na mosca...




Disponível em http://www.publico.pt/ (consulta em 12 de Janeiro de 2007)

Autoria: Luís Afonso

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Plágio vs. Autoria

O plágio é um crime. Um crime que está obviamente sujeito a sanções legais. Para além da questão jurídica implicada no acto de plagiar, está em causa uma outra questão de natureza igualmente relevante: a questão ética.
Questiono-me amiúde sobre o verdadeiro significado do acto de plagiar... sobre o que traduz objectivamente esta tendência crescente... indigno-me com a veleidade com que se constrói uma autoria que não é nossa e que, por isso mesmo, não nos pertence.
A desonestidade subjacente ao plágio é perturbadora para quem se dedica ao acto de ensinar e vê nele uma ponte facilitadora do crescimento pessoal e da autonomia. Não quero e não posso acreditar que a geração de amanhã se contente em ser uma geração de usurpadores/as...

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Tecnologia de ponta...

Ao que parece está a ser desenvolvida uma qualquer tecnologia, materializada sob a forma de um anel, que permite aos/às professores/as saber se os/as seus/suas alunos/as estão concentrados/as em contexto de sala de aula. Ora aí está uma invenção de grande utilidade, sim senhora...a fazer lembrar a pulseira eletrónica que os/as arguidos/as usam para garantir o cumprimento de normas de vigilância e de controlo que o sistema de justiça institui. Em vez de anilhar os pulsos ou os tornozelos dos/as nossos pupilos/as, vamos anelar-lhes os dedos. Como sabem, a pulseira eletrónica possui um transmissor que possibilita detectar à distância e ininterruptamente a presença do/a arguido/a na sua habitação. A minha sugestão é que o referido anel possa também ser usado permanentemente (de dia e de noite...madrugadas incluídas) para que nós, professores/as atentos/as, possamos detectar à distância o que os/as nossos/as alunos/as andam a fazer fora e dentro da sala de aula...

E já agora...para aqueles/as com reduzidos níveis de concentração ou um parco índice de investimento nas lides académicas ...há que começar a aplicar penas de prisão...
Imagem disponível em:

terça-feira, janeiro 09, 2007

A indignidade da pena de morte

Saddam Hussein foi sentenciado à morte pelos inúmeros crimes que praticou durante o tempo em que impôs o seu regime autocrático e ditatorial no Iraque. Sob o olhar do mundo que se dividiu entre a euforia dos aplausos e a exaltação dos insultos o ex-líder iraquiano foi enforcado. Assistimos todos/as, em diferido, à sua morte… há até um vídeo a documentar o acontecimento para os/as mais curiosos/as. Mesmo para os/as que não padecem de um voyerismo mórbido.
O presidente dos E.U.A., depois de conhecidas as circunstâncias da execução, veio a público dizer que Saddam merecia ter morrido mais condignamente… como se houvesse possibilidade de um enforcamento (ou qualquer outra forma de assassinato) ser condigno! Haja democracia Sr. Bush…