Aqui fica outro convite. Este para homenagear Simone de Beauvoir:
SIMONE DE BEAUVOIR
«VIDA, ESCRITA, COMPROMISSOS»
28 e 29 de Março - 21h
Fábrica Braço de Prata - Sala EPC
sexta-feira, março 28, 2008
quinta-feira, março 27, 2008
Dicionário do século XXI
Mulheres: objectos decorativos destinados a adornar o espaço, a ser o chamariz do desejo sexual dos outros e a enfeitar a fantasia alheia.
A sua competência mede-se pelo tamanho do decote, pela nudez das pernas e pelo grau de obediência. Quanto menos falarem melhor. Se pensarem menos do que falam, melhor ainda.
A sua competência mede-se pelo tamanho do decote, pela nudez das pernas e pelo grau de obediência. Quanto menos falarem melhor. Se pensarem menos do que falam, melhor ainda.
quarta-feira, março 26, 2008
This is what a feminist looks like!
A Feminist Majority Foundation enviou-me ontem este vídeo. Um modo divertido (e sério ao mesmo tempo) de celebrar o Women's History Month.
terça-feira, março 25, 2008
Visibilidades
Por forma a tornar visível a produção científica sobre os feminismos e os estudos de género (na psicologia, mas não só) passarei a divulgar aqui semanalmente uma ou mais obras de autoras/es portuguesas/as e estrangeiras/os. A pedido de algumas famílias...e sem qualquer intenção de me tornar numa espécie de Prof. Marcelo, que fique claro!
Começo com dois livros fundamentais (em português, no feminino):
"Masculino e Feminino: A construção social da diferença", de Lígia Amâncio, da Afrontamento.
"Um novo olhar sobre as relações sociais de género: Feminismo e perspectivas críticas na psicologia social", de Conceição Nogueira, da Galouste de Gulbenkian.
Boas leituras!
Espreitar o mundo lá fora
quarta-feira, março 19, 2008
Desenganem-se os/as fiéis!!!
Braga já não é, como eu pensava, uma cidade de brandos costumes, onde reina o poder divino...e outros poderes afins.
Dizia eu, há alguns posts atrás, que quando entrava na cidade, ao fim do dia, era recebida por um outdoor que anunciava a inauguração de uma qualquer matriz...na imagem podia ver-se uma figura religiosa, de ar angelical, que nos convidava a ir dizer amém à dita matriz no dia 14 de Março.
Então não é que o que se pensava ser propaganda religiosa se veio a transformar, de um dia para o outro, em publicidade a um stand de automóveis? Então não é que a matriz anunciada é uma loja de carros? Então não é que a figura religiosa de ar angelical surge agora num segundo outdoor a gritar aleluia, enlouquecida pela benção divina de poder conduzir uma máquina diabólica a preço reduzido?
A tradição já não é o que era! E mais não digo!
Dizia eu, há alguns posts atrás, que quando entrava na cidade, ao fim do dia, era recebida por um outdoor que anunciava a inauguração de uma qualquer matriz...na imagem podia ver-se uma figura religiosa, de ar angelical, que nos convidava a ir dizer amém à dita matriz no dia 14 de Março.
Então não é que o que se pensava ser propaganda religiosa se veio a transformar, de um dia para o outro, em publicidade a um stand de automóveis? Então não é que a matriz anunciada é uma loja de carros? Então não é que a figura religiosa de ar angelical surge agora num segundo outdoor a gritar aleluia, enlouquecida pela benção divina de poder conduzir uma máquina diabólica a preço reduzido?
A tradição já não é o que era! E mais não digo!
Conversas no Tanque
O Chapitô e a UMAR, no âmbito do Congresso Feminista 2008, começam HOJE a promover debates mensais temáticos designados por “Conversas no Tanque”. O tema da primeira conversa será MULHERES E ARTES.
As iniciativas seguintes terão lugar a 23 de Abril (Mulheres e Lideranças); 21 de Maio (Direitos Humanos e Igualdades); 18 de Junho (Feminismos e Controvérsias).
segunda-feira, março 17, 2008
Celebrações
Celebraram-se os feminismos e a psicologia, celebrou-se a militância e o activismo.
Celebrou-se a amizade, celebraram-se as emoções.
Um obrigada público a cada um e a cada uma...por estarem comigo.
Um obrigada especial ao João...
Um imenso obrigada à Conceição...
Um profundo obrigada aos/às meus/minhas alunos/as...
Na foto o grupo da "expedição verde"!
quarta-feira, março 12, 2008
Nós
Estamos a dias da sessão de lançamento do meu livro.
Muitas são as razões que têm feito com que reflicta ultimamente sobre o percurso que me levou a escrevê-lo. Um percurso feito de opções nem sempre politicamente correctas porque academicamente marginais.
Nasci para os feminismos já depois de ter concluído a licenciatura.
O meu primeiro contacto (no verdadeiro sentido da palavra contacto) com a história dos feminismos despontou em mim um sentimento de enamoramento, típico de quem se apaixona por uma vida que desconhece. Fui levada a este mundo de possibilidades muito por influência da Conceição (a minha querida professora Conceição Nogueira), mas sobretudo por influência das mulheres vítimas de violência com quem trabalhava na altura, com as quais partilhava o espaço e o pensamento, e que mereciam de mim mais do que o desabrochar da profissional competente (atenta, mas nem sempre implicada como deveria).
Tomar consciência dos caminhos desbravados e das conquistas árduas, das lutas difíceis e desiguais, da opressão sofrida (real ou simbólica), dos sonhos idos em prol dos sonhos vindouros fez-me sentir parte de um movimento que não vi emergir, mas que cedo soube querer alimentar.
Fui vestindo aos poucos a pele que hoje é minha, assumindo a minha quota parte de responsabilidade nesta jornada cheia de espinhos e aprendendo a lidar com o olhar de desconfiança (e tantas vezes de malícia) de quem nada sabe do que de facto significa ser feminista. As resistências dos outros depressa cimentaram as minhas certezas quanto ao que ainda está por construir (o que há-de vir...). E a estrada é longa... Em vez de me fazer recuar, o escudo grosseiro dos outros, usado para evocar uma qualquer necessidade de protecção contra aquilo que acreditam ser uma variante de um qualquer fanatismo, tem-me feito avançar. É comum que as garras se aticem perante a palavra "feminista"...como se ser feminista signifique fazer parte de uma espécie em vias de extinção...e que urge extinguir!
Temos tendência a esquecer que antes de nós, algures no tempo, alguém perdeu a voz para que hoje possamos fazer uso dela. Sei hoje que esta minha caminhada enquanto mulher só é possível graças às caminhadas de outras mulheres feministas. Devo-lhes o reconhecimento. Mas devo-lhes mais do que isso. E é sobretudo por este "mais do que isso", e que é intraduzível, que continuo a avançar.
Há em nós - essa espécie que em vez de se extinguir, se está a renovar - um quê de optimismo inquebrável. As garras que se atiçam e que nos arranham de vez em quando não fazem mais do que isso mesmo...arranhar-nos de vez em quando.
Muitas são as razões que têm feito com que reflicta ultimamente sobre o percurso que me levou a escrevê-lo. Um percurso feito de opções nem sempre politicamente correctas porque academicamente marginais.
Nasci para os feminismos já depois de ter concluído a licenciatura.
O meu primeiro contacto (no verdadeiro sentido da palavra contacto) com a história dos feminismos despontou em mim um sentimento de enamoramento, típico de quem se apaixona por uma vida que desconhece. Fui levada a este mundo de possibilidades muito por influência da Conceição (a minha querida professora Conceição Nogueira), mas sobretudo por influência das mulheres vítimas de violência com quem trabalhava na altura, com as quais partilhava o espaço e o pensamento, e que mereciam de mim mais do que o desabrochar da profissional competente (atenta, mas nem sempre implicada como deveria).
Tomar consciência dos caminhos desbravados e das conquistas árduas, das lutas difíceis e desiguais, da opressão sofrida (real ou simbólica), dos sonhos idos em prol dos sonhos vindouros fez-me sentir parte de um movimento que não vi emergir, mas que cedo soube querer alimentar.
Fui vestindo aos poucos a pele que hoje é minha, assumindo a minha quota parte de responsabilidade nesta jornada cheia de espinhos e aprendendo a lidar com o olhar de desconfiança (e tantas vezes de malícia) de quem nada sabe do que de facto significa ser feminista. As resistências dos outros depressa cimentaram as minhas certezas quanto ao que ainda está por construir (o que há-de vir...). E a estrada é longa... Em vez de me fazer recuar, o escudo grosseiro dos outros, usado para evocar uma qualquer necessidade de protecção contra aquilo que acreditam ser uma variante de um qualquer fanatismo, tem-me feito avançar. É comum que as garras se aticem perante a palavra "feminista"...como se ser feminista signifique fazer parte de uma espécie em vias de extinção...e que urge extinguir!
Temos tendência a esquecer que antes de nós, algures no tempo, alguém perdeu a voz para que hoje possamos fazer uso dela. Sei hoje que esta minha caminhada enquanto mulher só é possível graças às caminhadas de outras mulheres feministas. Devo-lhes o reconhecimento. Mas devo-lhes mais do que isso. E é sobretudo por este "mais do que isso", e que é intraduzível, que continuo a avançar.
Há em nós - essa espécie que em vez de se extinguir, se está a renovar - um quê de optimismo inquebrável. As garras que se atiçam e que nos arranham de vez em quando não fazem mais do que isso mesmo...arranhar-nos de vez em quando.
Solo profano...ou território sagrado...
A cidade incerta...
Quando regresso a casa, ao fim do dia, e me abeiro da cidade onde vivo, Braga, sou recebida por um outdoor que reza qualquer coisa do tipo: venha dizer amém à nova matriz.
Uma forma simpática de lembrar a quem entra na cidade que se pisa território sagrado! Não vá o/a visitante escorregar em solo profano!!!
Quando regresso a casa, ao fim do dia, e me abeiro da cidade onde vivo, Braga, sou recebida por um outdoor que reza qualquer coisa do tipo: venha dizer amém à nova matriz.
Uma forma simpática de lembrar a quem entra na cidade que se pisa território sagrado! Não vá o/a visitante escorregar em solo profano!!!
terça-feira, março 11, 2008
Obrigada à Esquerda.Net pela referência ao meu post sobre o estado de Autismo em que nos encontramos.
segunda-feira, março 10, 2008
Autismo...
"Era só o que faltava, a acção governativa depender de manifestações."
Em Portugal a arrogânica e o poder andam de mãos dadas. Caminham lado a lado numa avenida estreita onde só alguns têm direito a tomar decisões...
A acção governativa não depende efectivamente de manifestações Sr. Primeiro Ministro...só o estado de autismo a que chegamos pode explicar que 100.000 vozes não signifiquem para si absolutamente nada.
Em Portugal a arrogânica e o poder andam de mãos dadas. Caminham lado a lado numa avenida estreita onde só alguns têm direito a tomar decisões...
A acção governativa não depende efectivamente de manifestações Sr. Primeiro Ministro...só o estado de autismo a que chegamos pode explicar que 100.000 vozes não signifiquem para si absolutamente nada.
sábado, março 08, 2008
Emoções
Ontem, por imperativos profissionais, não pude assistir à apresentação do meu livro no programa Sociedade Civil, da RTP 2.
Independentemente da importância e do prestígio que estes acontecimentos possam ter (ou não...e isto levava-nos a uma discussão profunda), ver no blog do programa o meu livro entre as Novas Cartas Portuguesas e as Vozes Insubmissas, isso sim foi uma emoção!
Independentemente da importância e do prestígio que estes acontecimentos possam ter (ou não...e isto levava-nos a uma discussão profunda), ver no blog do programa o meu livro entre as Novas Cartas Portuguesas e as Vozes Insubmissas, isso sim foi uma emoção!
Todo o ano...
8 de Março...
Um dia para sublinhar a reflexão que é preciso que se faça em todos os outros (uma reflexão que não se pode fazer só no feminino).
p.s. Obrigada mãe pelo lindo ramo de rosas vermelhas! E pelo que ele significa para mim hoje!
Um dia para sublinhar a reflexão que é preciso que se faça em todos os outros (uma reflexão que não se pode fazer só no feminino).
p.s. Obrigada mãe pelo lindo ramo de rosas vermelhas! E pelo que ele significa para mim hoje!
quinta-feira, março 06, 2008
Cansaço...
É raro o dia em que não aviste, a cada passo, longe ou perto, uma qualquer situação de discriminação. Não porque o meu olhar tenha um alcance maior ou menor do que o olhar dos outros...talvez apenas o desvie menos. De forma mais ou menos subtil, implicita ou explicitamente, a verdade é que não sou poupada ao convívio quotidiano com o absurdo (aparentemente pacífico na óptica de quem com ele compactua) da não aceitação da diferença e, mais do que isso, da maquiavélica intencionalidade de o demonstrar, de o tornar publicamente evidente.
Ontem vim para casa com o coração aos pulos. Fico geralmente assim quando a indignação toma conta de todos os meus sentidos. E foi precisamente o que aconteceu.
Foi-me dito, durante o intervalo de uma aula, que alguns/as dos/as meus/minhas alunos/as têm vindo a alvo de comportamentos racistas. Foi-me dito em discurso directo, na primeira pessoa, por quem tem vindo a ser obrigado a lidar com a monstruosidade e a perfidez dos outros, dentro e fora do contexto académico. Foi-me dito em tom de sofrimento e de dor e de mágoa, por quem sente a exclusão e o cansaço...e bravamente continua a lutar, apesar do cansaço e da exclusão (e dos encontrões que a cada momento precisa evitar para não ser atirado "borda fora").
Não costumo cruzar os braços diante da miséria. Não será certamente diferente desta vez.
Apesar do meu cansaço...
Ontem vim para casa com o coração aos pulos. Fico geralmente assim quando a indignação toma conta de todos os meus sentidos. E foi precisamente o que aconteceu.
Foi-me dito, durante o intervalo de uma aula, que alguns/as dos/as meus/minhas alunos/as têm vindo a alvo de comportamentos racistas. Foi-me dito em discurso directo, na primeira pessoa, por quem tem vindo a ser obrigado a lidar com a monstruosidade e a perfidez dos outros, dentro e fora do contexto académico. Foi-me dito em tom de sofrimento e de dor e de mágoa, por quem sente a exclusão e o cansaço...e bravamente continua a lutar, apesar do cansaço e da exclusão (e dos encontrões que a cada momento precisa evitar para não ser atirado "borda fora").
Não costumo cruzar os braços diante da miséria. Não será certamente diferente desta vez.
Apesar do meu cansaço...
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