Reinventem-se novas formas de catalogação...as implícitas já não servem o propósito da hierarquização social. Estão a esgotar-se os argumentos teóricos da diferença...há que legitimar modos alternativos de instituir as fronteiras entre o normativo e o desviante.
Apresse-se o fabrico dos emblemas, das faixas, dos símbolos...para que as pessoas possam vestir-se deles e assumir publicamente as identidades que os outros lhes querem impôr.
Passaremos a ter na pele a inscrição do que somos ou do que os outros querem que sejamos...
Se somos saudáveis ou doentes, respeitáveis ou criminosos/as, cidadãos e cidadãs de primeira ou de segunda, se somos hetero ou homo, ou bi ou trans, se acreditamos em Deus ou no Diabo ou na Natureza (ou em coisa nenhuma senão em nós próprios/as ou nem mesmo em nós próprios/as), se somos abstémios/as ou excessivos/as, de direita, de esquerda ou do centro, se somos felizes ou frustados/as...se somos ou não somos...porque não tatuá-lo? Torná-lo visível? Para que quem formula e se serve das regras do dever-ser possa saber quem excluir, segregar, afastar...
Só assim garantiremos o risco zero de contágio. Só assim saberemos quando atravessar a rua, usar a máscara, apanhar a vacina...
Andamos todos e todas a proteger-nos uns/umas dos/as outros/as...que medo é este da pluradidade?
Apresse-se o fabrico dos emblemas, das faixas, dos símbolos...para que as pessoas possam vestir-se deles e assumir publicamente as identidades que os outros lhes querem impôr.
Passaremos a ter na pele a inscrição do que somos ou do que os outros querem que sejamos...
Se somos saudáveis ou doentes, respeitáveis ou criminosos/as, cidadãos e cidadãs de primeira ou de segunda, se somos hetero ou homo, ou bi ou trans, se acreditamos em Deus ou no Diabo ou na Natureza (ou em coisa nenhuma senão em nós próprios/as ou nem mesmo em nós próprios/as), se somos abstémios/as ou excessivos/as, de direita, de esquerda ou do centro, se somos felizes ou frustados/as...se somos ou não somos...porque não tatuá-lo? Torná-lo visível? Para que quem formula e se serve das regras do dever-ser possa saber quem excluir, segregar, afastar...
Só assim garantiremos o risco zero de contágio. Só assim saberemos quando atravessar a rua, usar a máscara, apanhar a vacina...
Andamos todos e todas a proteger-nos uns/umas dos/as outros/as...que medo é este da pluradidade?
Não aprendemos nada com o passado?
2 comentários:
Tenho que endereçar os meus parabéns por mais um artigo de grande nível. Ando há dias a pensar nisso e tencionava escrevê-lo mas depois de a ler fiquei feliz porque a minha visão ficou eternizada com uma qualidade que ser-me-ia muito difícil igualar. Muitos parabéns pela visão lúcida, inteligência insofismável e activismo cívico. Muito obrigado pela partilha.
Um abraço,
Pedro Costa e Silva.
A unidade vê-se na diversidade. A criatividade e inovação surge com a diferença. O rigor cientifico-psicológico está sempre subjacente ao relativismo. Estou cansada e aborrecida em relação à falta de respeito, à falta /ausência de consciência pelo outro, que os nossos dias atravessam.
De facto só nos faltam as estrelas amarelas para nos catalogarmos, mas deta vez o amarelo não chega, consoante a diferença veriamos um arco-iris de estrelas.
Obrigada pela partilha da postagem.
Um abraço.
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