Hoje disse mesmo ao tempo: agora eu, sem pressas!
Apetece-me escrever sobre um conjunto de coisas sobre as quais tenho vindo a reflectir ultimamente a propósito de algumas das questões que foram discutidas no Simpósio Internacional (Re)Inventando Lideranças: Género, Educação e Poder.
Como disse, aquando dos comentários finais, ficou da reflexão iniciada a certeza da incerteza. E a incerteza traz consigo a vontade de continuar em busca não de respostas finais, mas de novas inquietudes.
Tenho-me perguntado: que Lideranças reivindicamos efectivamente para as mulheres? No espaço público, no domínio do privado, nas intersecções destes dois territórios necessariamente sobrepostos? Quando falamos de Lideranças, do que falamos exactamente? Da capacidade de comandar, de delegar, de orientar, de exercer poder, de transformar? Ou da capacidade (diversa na essência de todas as outras) de ensaiar a autonomia e a emancipação em contextos onde tradicionalmente as mulheres foram (e são) oprimidas e discriminadas? Ou da mera possibilidade de poder escolher, optar, traçar caminhos?
Parece-me claro que as Lideranças das mulheres só podem ser o que as mulheres quiserem que elas sejam. Parece-me evidente que, não sendo um traço ou um atributo, as lideranças podem e devem ser recriadas nos diversos contextos onde as mulheres (e os homens) se movimentam. Os contextos políticos (formais ou informais), os contextos públicos, os contextos da intimidade e da relação social. Os contextos que partilhamos no dia-a-dia com os outros e onde podemos ser cidadãs e cidadãos activas/os, co-constructoras/es de uma cidadania plena.
Há certamente todo um trabalho de conscientização que tem que continuar a ser desenvolvido. Conscientização não só em termos da tomada de consciência da situação de opressão, mas da acção concreta em prol da mudança (lembrando Paulo Freire...).
Esta luta tem para mim um significado muito particular. As Lideranças podem ser estratégicas e funcionar como pilares da conquista da igualdade. É com esse propósito que elas necessitam ser reinventadas.
p.s. Foi muito bom contar com a presença das/dos minhas/meus alunos/as neste simpósio. Oxalá este espírito da mudança os/as contagie...
sexta-feira, janeiro 25, 2008
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