Como consequência do debate instaurado em Espanha, o periódico Publico criou um código auto-regulador em matéria de informação sobre a Violência de Género.
É interessante notar que a primeira das medidas propostas se prende com questões de terminologia. Porque é que esta medida é particularmente interessante? Primeiro porque retoma a reflexão sobre a importância dos usos da linguagem e das suas implicações performativas. Segundo porque sublinha a necessidade de nos afastarmos do conceito de domesticidade, uma vez que ele acentua (e, mais do que isso, reforça) o carácter privado do fenómeno. Esta tem sido uma reivindicação feminista, por excelência: a de não associarmos à violência de género a adjectivação DOMÉSTICA. Ao usar este termo estamos a intensificar a ideia de que a violência que ocorre contra as mulheres no tradicional espaço doméstico é isso mesmo: doméstica...e que portanto deve ser tratada como um assunto não público.
Gostava muito de ver este código de conduta aplicado à realidade portuguesa.
quinta-feira, janeiro 31, 2008
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