O Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais espanhol lançou o debate em torno daquilo que acredita poder ser o resultado preverso da divulgação, por alguns meios da comunicação social, de notícias sobre casos de violência de género: o Efeito Chamada ("efecto llamada").
Um estudo realizado em Espanha concluiu que 50% das mortes sexistas ocorridas entre 2003 e 2007 concentraram-se nos 3 dias após o cometimento de um crime da mesma natureza. Esta evidência poderá indiciar que a exposição a notícias de violência terá um efeito desinibitório nos potenciais agressores, constituindo-se quase como um apelo para a prática do crime (daí a designação "efeito chamada").
Muitas associações de mulheres do país têm vindo, no entanto, a defender a continuidade da divulgação destes casos pelos media, argumentando que de outra forma o fenómeno perderia o seu carácter público. Não poderia estar mais de acordo.
O "efeito chamada" para as vítimas é a visibilidade do fenómeno.
A consciencialização dos seus direitos faz-se, muitas vezes, unicamente através da comunicação social. A mesma comunicação social que tem o poder de lhes mostrar uma visão criminalizada da violência que as confina ao silêncio das casas onde habitam, silêncio quase sempre armadilhado pela desinformação.
Este silêncio é o mais mortífero de todos. Não podemos compactuar com ele.
segunda-feira, julho 30, 2007
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