quinta-feira, novembro 08, 2007

Eu e as agulhas...

Isto de ser mãe tem muito que se lhe diga...especialmente para quem não se revê, como eu, no formato tradicional e essencialista da coisa...
Por mais que tente (tarefa penosa!) elevar a bandeira da maternidade como discurso social e culturalmente construído (mas sobretudo politicamente construído) - e por isso não universal -há quem venha sempre tentar recordar-me que há tarefas que são pertença dessa espécie naturalmente prendada chamada "mães"...

Na segunda-feira, depois de 3 longas semanas em casa a recuperar de uma pneumonia, o Rui regressou à escolinha. Ao fim do dia, quando o pai o foi buscar, voltou a casa com uma bata e com o seguinte recado..."aqui segue a batinha do Rui para a mamã bordar"...

Para quem BORDAR? A mamã BORDAR??? EU, BORDAR? Não me estão a pedir, a mim (logo a quem!!!), que BORDE, pois não? E porque não o papá? A avó? O tio? O bisavô? Qualquer outra figura que goste e tenha jeito para a arte???

Não...parece ser suposto que seja a mamã a bordar...
Mas esta mamã não sabe bordar...não gosta de bordar...e não quer bordar! Não chegaram as idas aulas de Trabalhos Manuais...memórias traumáticas de uma infância em que me puseram frente a frente com nacos de tecido e me obrigaram a fingir que era possível transformar aquilo em tapetes de arraiolos ou bordados de Viana??? Not again...

Arranjaremos uma solução feliz para o caso...certamente! Sosseguem pois aqueles/as que pensam que a criança se sentirá orfã por não ter uma batinha bordada pela mamã...

1 comentário:

Unknown disse...

Fantástico!!!!!!Ah!Ah!Ah!
Ainda bem que o Rui já estava melhor....