quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Ser vítima de violência em Portugal...

Ofensas corporais graves? É esta a tipologia do crime?
Percebe-se porquê, claro: foi apenas um acontecimento. Não há prática reiterada...
Tentativa de homicídio? Parece não ser bem esse o caso! Um golpe de martelo na cabeça talvez não seja o suficiente para matar alguém...digo eu!

Estatuto de vítima? Qual quê? Só quando o agressor fôr condenado (se fôr condenado!) Até à sentença a mulher paga a taxinha moderadora e a notinha de débito da consulta e não pia...152 euros, para ser mais exacta. O que são 152 euros para uma mulher vítima de violência? Que ainda por cima nem é vítima porque não traz consigo o papelinho da sentença a atestar que o é? A não ser que se diga que se caiu da escada ou que se tropeçou num piano! E aí o valor da consulta é debitado ao SNS...

Cumpra-se a lei...

2 comentários:

Ludovina Azevedo disse...

Apenas um...no meio de muitos!
Até quando viveremos num mundo que tapa os olhos a estas questões...? Soube de uma mulher que era espancada pelo marido com uma mangueira e utensílios de cozinha, que dormia obrigatóriamente à chuva, entre outras atrocidades. Á luz de muita boa gente ( profissionais na área inclusive!) esta mulher não é vitíma mas sim CULPADA!Razões para isso: não era uma boa esposa, não era uma mulher dedicada a cem porcento ao marido ( que tem alguma psicopatologia para se descobrir...para não ser diferente do habitual)!Isto para dizer que temos muito com que nos indignar , lutamos por isso, mas precisamos que alguém nos oiça!

Cumpra-se a lei efectivamente...
Um abraço,
Ludovina

maria cecilia disse...

Até quando a força machista vai continuar impune ?...Até quando a mulher irá ser considerada como um ser "menor", mais "frágil"? Até quando continuarão mulheres a morrerem e sofrerem torturas quer físicas ou psicológicas? Porque as torturas psicológicas não deixam "MARCAS" visíveis ... e a vergonha social ainda impera,o conflito religioso e cultural é um enorme peso que muitas mulheres carregam... Infelizmente a família deveria proteger e,geralmente, são os primeiros a "castigarem", a culpabilizarem. Sabemos, que muitas vezes as "MULHERES" são as primeiras a apontar o dedo, é uma pena, pois senão existir unidade, senão se lutar com a mesma finalidade, será mais
difícil alcançar o respeito. Algumas coisas mudaram ...mas são tão lentas que chega a causar estranheza... Então porque não se cumpre a lei? Porquê a morosidade e a impunidade dos agressores? Espero que se consiga muito mais...talvez.. quando os chefes governamentais eleitos forem mulheres, mulheres que se preocupem efectivamente com o bem -estar das outras MULHERES, o mundo seja bem melhor,mais justo para todos/as.