Vivemos hoje em Portugal uma forma estranha de terrorismo...talvez a mais implacável de todas.
A crise (essa designação conveniente e abstracta que alguém estrategicamente inventou para encobrir a incompetência de quem governa a pensar estritamente em objectivos económicos) vai lançando os seus torpedos e amputando as expectativas do futuro.
A crise, esse monstro que ninguém sabe exactamente onde está (porque é omnipresente), que se alimenta de nós voraz e insaciavelmente como se quisesse sugar até ao limite da nossa dignidade, vai hipotecando os nossos sonhos, congelando as nossas ambições e fechando no baú da realidade os nossos desejos de uma vida.
Que cómodo é dizer que este nosso vazio se deve à crise mundial. Não somos nós, nem as nossas políticas que estão desadequadas...é o mundo...essa entidade dismorfe e gigantesca que ninguém controla...(a mesma que, embora desgovernada, é movida a petróleo...e a interesses não humanitários).
Que cómodo é invocar a conjuntura...
A incerteza face ao emprego, aos direitos sociais, à saúde, à educação, ao poder de compra e, em última instância, à sobrevivência, essa não é abstracta. Sentimo-la na pele...vivemos com ela...respiramos o seu ar. E este ar...está a deixar-nos sem fôlego.
sexta-feira, junho 13, 2008
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