quarta-feira, julho 09, 2008

Militância quotidiana

Cartaz da autoria de João Brito

Há dias que venho alimentando a minha vontade de escrever sobre aquela noite.

Como transcrever para o papel (ou para a tela de um computador) o culminar de um desejo antigo, a vivência de uma emoção que foi maturando e ganhando forma a partir de interesses partilhados? É que a emoção (ou o processo que nos leva a experimentá-la) não tem tradução. Podemos rendilhar a escrita, bordar o texto, dar-lhe vida própria...mas uma coisa é sentir, outra é escrever sobre o que sentimos.

Por mais que queiramos descrever as sensações, os cheiros, os olhares cruzados, as cumplicidades...as palavras não chegam, não são o bastante.

Para mim a academia é um espaço de democracia.
Exercitamos o nosso direito a cultivá-la promovendo o debate, a reflexão, a consciência crítica.
É assim que cresce a ciência. A ciência que emancipa, que liberta. A ciência que se faz em benefício das pessoas reais.
Naquela noite celebramos a democracia. E estivemos de mãos dadas...a ciência e as pessoas reais.

2 comentários:

Helena Velho disse...

como disse há mais de 20 anos , Boaventura de Sousa Santos a ciência necessita da consolidação de ..”um paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente”. É esta fertilidade académica que eu anseio, é este tipo de sementeira que me apraz fazer e regar, é esta militância , como tão bem diz, que se faz do e no dia a dia que ajudará, a tod@s, a sedimentar a ciência que nos ajudará a criar uma vida melhor!
E uma vida melhor é o que tod@s desejamos, para nós e para @s outr@s( pelo nós assim o desejamos!)
Foi tão gratificante! Sem rebuscadas e prolíferas palavras foi um dos melhores momentos (extra-curriculares) que partilhei no Ismai!
E é tão bom que o espaço académico seja um espaço aberto!
Vamos repetir?

Sofia Neves disse...

Claro Helena, vamos repetir!
Conto consigo para isso.
Beijinhos