terça-feira, agosto 07, 2007

Cosleeping...

Até há pouco tempo desconhecia que o fenómeno tinha designação científica. Nunca havia praticado a modalidade e achava mesmo que seria prática a evitar, talvez pelo imperativo da autonomia que tanto perseguimos na Psicologia (eu pelo menos persigo!). A pretexto de uma gripe mais forte em pleno Inverno, acompanhada por uma febre teimosa, lá anuímos ao que pensámos, na altura, ser um gesto situado de mimo parental. Levamos o Rui para a nossa cama, para dormir no meio de nós. Tamanha ingenuidade...
A gripe foi passando, a febre teimosa acedeu em ir embora, o Inverno fez as malas e partiu. Algures a meio da noite, a pretexto de uma insónia não tipificada nos manuais, nos meses que se seguiram, o gesto nada situado do mimo parental tem-se repetido. Não dormir um sono de qualidade há 16 meses faz quebrar todas as resistências! Tem-se repetido por isso também a nossa reacção mais ou menos automatizada de não resistir! E o Rui percebeu isso muito bem!

A modalidade que temos vindo (de forma coagida, sublinhe-se!) a praticar chama-se Cosleeping! Há quem a designe por Bed Sharing! Há quem prefira Family Bed! Ao que parece, e a avaliar pela literatura disponível, os benefícios (principalmente para os bebés!) são inúmeros. Mas o tema é controverso (e como é!!). Há quem associe esta prática a um risco mais elevado de Síndrome de Morte Súbita, há quem defenda que a questão é precisamente a inversa e que o Cosleeping reduz substancialmente esse risco, sendo inclusivé um factor de protecção. Quero acreditar, por razões óbvias, que na balança os benefícios pesem mais do que as desvantagens!

De uma coisa tenho eu a certeza: mais tarde ou mais cedo, pelo andar da carruagem, a nossa cama terá um novo visitante. Tenho para mim que esse vai ser o supremo teste à nossa capacidade de mimar: albergar o Noddy entre nós! Só assim a nossa cama será uma verdadeira Family Bed!

1 comentário:

maria cecilia disse...

Uns "experts" dizem que dormir com os pais numa determinada altura , não faz mal, outros dizem que é traumatizante...e eu digo e penso que cada caso é um caso...li artigos relacionados com "cosleeping" e cheguei a esta brilhante conclusão: cada um sabe de si!...e um dia o Rui, tal como outras crianças, não vai querer dormir mais na cama dos pais... crescem tão rapidamente!!! Todos os mimos são poucos...