sexta-feira, agosto 17, 2007

Encontros improváveis

Não resisto a comentar aqui (não fosse este o meu território de perplexidades) uma frase que ouvi ontem num programa transmitido pela RTP sobre Pinto da Costa (um misto de biografia pessoal e profissional?) e que diz muito do moralismo bolorento e decadente no qual muitas mentalidades ainda vivem submersas (e do qual não parecem querer submergir!). A propósito da relação com Carolina Salgado - uma empregada de um bar de alterne, como se fez questão de enfatizar - a jornalista que narrava o documentário afirmou a dada altura que o Sr. Presidente do FCP se fazia acompanhar da namorada para todo o lado, inclusivé para os locais mais improváveis (ou menos prováveis!), afirmação que foi acompanhada por imagens do encontro do casal com o Papa João Paulo II.

Pelas palavras da jornalista depreendo que não seria suposto uma empregada de um bar de alterne ter tido o privilégio de encontrar-se com o Papa...
Certamente da lista de locais mais prováveis para uma empregada de um bar de alterne acompanhar o namorado não faz parte o Vaticano...

3 comentários:

maria cecilia disse...

Sinceramente estou cansada destes debates de compadrio político/desportivo...qualquer dia temos uma "guerra civil" entre Lisboa/Porto...estes ódios desmesurados ...servem os interesses de quem??? Do "Zé Povinho"que se dispersa do essencial, da realidade e se centra numa disputa de poderes e violência? Onde estão as verdadeiras notícias? Onde estão os verdadeiros jornalistas?...Estou farta das banalidades da comunicação social e das notícias que parecem ser e não o são...
Abraço

maria cecilia disse...

Em relação á senhora jornalista em questão penso que existem nestes país muitas pessoas que se julgam seres superiores...as classes sociais existem. Afinal, temos os nobres e depois a plebe... Uns têm direito a frequentarem determinados lugares, os outros são os ímpios...os que não têm acesso...Vivemos numa sociedade contaminada de hipocrisias e cinismo...

Ludovina Azevedo disse...

Sinto-me simplesmente cansada de reparar nos media e não só,a capacidade estereótipada e preconceituosa da generalização de factos.Tudo se torna farinha do mesmo saco quando a questao se dirige para descrever o que é bom ou mau, o que é bonito ou feio, o que pode ser ou não ser, o que fica bem ou o que fica mal,enfim,como se os comportamentos dos juris avaliadores fossem um exemplo perfeito a seguir...São os maiores!Só lhes faltam as auréolas!
Um abraço