No início da semana fui fazer uma aula experimental num ginásio perto da minha casa. Antes do martírio um sem número de medições, um inquérito pouco esclarecedor aos meus hábitos de vida e um périplo rápido pela minha história clínica, com o objectivo de aferir a minha real capacidade para a prática desportiva. O atestado médico dispensável: a minha palavra parece bastar (se digo que estou em forma e que sou saudável não há porque duvidar da minha honestidade!!! ).
À entrada do ginásio uma placa a proibir a entrada de homens. Mas oiço uma voz masculina lá dentro, frenética e sonora. O conceito é o do espaço exclusivo para mulheres: um ginásio só para mulheres. Mulheres de todas as idades, mas só mulheres. Mas então e a voz masculina? Desconfio.
Uma vez dentro do ginásio a revelação. A voz frenética e sonora provém de um gravador. Enquanto as mulheres se entregam ao martírio são comandadas pela voz de um homem, que de tempos a tempos ordena que elas mudem de exercício. Não é a professora que acompanha a aula que dá às suas pupilas instruções. Não. Também ela obedece à voz do gravador, à voz masculina que impõe o ritmo que todas devem seguir. Entro em dissonância cognitiva (não me bastava o martírio!!!). Os homens não podem lá estar fisicamente, mas a sua voz pode fazer-se ouvir a dar ordens ao mulherio que nem parece reparar em tal contrasenso!
É este o conceito do ginásio só para mulheres. Um ginásio que rodopia ao som de uma voz masculina que comanda, frenética e sonoramente, as mulheres que o frequentam.
sábado, agosto 25, 2007
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