Perturbação da ordem pública quer dizer, em muitos casos, reivindicação de direitos fundamentais.
As mulheres têm sido historicamente acusadas de perturbar a ordem pública sempre que reivindicam os seus direitos. Um clássico contemporâneo que evidencia o incómodo causado pela elevação das vozes femininas, mas sobretudo das vozes feministas.
Há que calá-las. Torná-las silêncio. Acorrentá-las a uma qualquer masmorra que as torne inaudíveis.
Ontem depois do jantar sentei-me no meu sofá da sala com o livro da Madalena no colo.
"As mulheres exigem respeito. Mesmo que não o verbalizem, mesmo que não o reivindiquem, mesmo quando negam que a discriminação existe". (Barbosa, 2008, p. 88).
Exigimos respeito. Respeito por quem somos e por quem queremos ser ou não ser.
"A desigualdade nasce da falta de respeito por todo um povo, o povo das mulheres" (Barbosa, 2008, p. 89).
Os meus direitos, os nossos direitos, não podem continuar a ser tratados como uma perturbação da ordem pública. Essa ordem pública...que não é senão a ordem masculina.
Estamos cansadas, estou cansada, de ser a desordem...
quinta-feira, abril 24, 2008
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