"Cultura de ódio"

Fui informada desta notícia pelo Pedro.
Embora se desconheçam ainda os contornos do crime (ao que tudo indica foi de facto um crime) a "cultura do ódio" parece estar a alastrar-se.
Não basta ficarmos chocados/as. Não basta lamentarmos as mortes com as quais, muitas vezes, compactuamos. É preciso agir, actuar, olhar de frente para um problema que não é exclusivo de quem o sofre na pele.

Independentemente do que está a ser discutido (se a transsexualidade, se o travestismo, se a homossexualidade, se o lesbianismo, se a bissexualidade ou se outra coisa qualquer) o importante é que se perceba que a discriminação estilhaça a vida das pessoas. É de pessoas que falamos, de pessoas que a cada dia lutam incansavelmente por sobreviver. Não somos a Gisberta nem este travesti (de quem não sei o nome) que foi encontrado morto no contentor de uma lixeira...mas poderiamos ter sido (podemos ser) cada um deles.

Idade e paciência

Há quem acredite que a paciência é directamente proporcional à idade. Pois comigo sucede precisamente o inverso. À medida que envelheço tenho cada vez menos paciência.

Não sabia que havia regras para "menear" os genitais...confesso que nem sabia que os genitais eram meneáveis!!! (Segundo me informou o dicionário- desconhecia o verbo... - "menear" significa abanar, sacudir de um lado para o outro, fazer oscilar...).

Estamos sempre a aprender...

Que famílias são estas?

Posso responder? (Imaginei-me por momentos de dedo no ar...exactamente como fazia em tempos idos quando os/as meus/minhas professores/as faziam perguntas difíceis e eu acreditava ter a resposta certa para dar!). Esta é por sinal muito fácil...

Estas famílias são famílias como outras quaisquer!!!
Acertei???

Uma afronta à dignidade das mulheres, isso sim

A notícia é de 21 de Fevereiro de 2008.
Quer dizer então que é pecado pôr em causa os cânones religiosos?...mas já não é pecado extirpar a sangue frio e em condições de severa brutalidade a liberdade das mulheres guineenses?
O pretexto de que a prática é sustentada por um dos mandamentos da religião muçulmana já não convence ninguém. Mesmo que a abolição da mutilação genital feminina fosse, como querem fazer parecer, uma afronta ao Islão, a saúde e a dignidade das mulheres seria o bastante para justificar a heresia.

À Madalena

O João fez-me o desafiante convite, o qual aceitei sem pestanejar: escrevermos a quatro mãos um texto sobre a Madalena. Nós que pertencemos a esta geração de jovens feministas que tanto tem a aprender com ela.
Podem lê-lo aqui.

Madalena Barbosa

Queremos dizer-te ao ouvido: Obrigada.
Obrigada pelo caminho trilhado e por este espaço que continuaremos a trilhar... por ti...por nós...e pela igualdade que sonhamos construir.
A morte não leva consigo as memórias que são nossas...e que alimentaremos...com a saudade que sentimos.

Até sempre Madalena.

Também uma homenagem...

Entre dois rios e outras noites.
Por Ana Luísa Amaral.

Já falta pouco...

Daqui a cerca de 4 meses realizar-se-á em Lisboa o Congresso Feminista 2008.

São objectivos do Congresso:

1. Dar visibilidade aos feminismos como uma corrente plural de pensamento e de acção na sociedade portuguesa;
2. Criar espaços de interacção entre a investigação e o activismo feministas;
3. Envolver diversos sectores sociais, culturais, associativos e políticos de forma a que os feminismos se projectem socialmente como uma forma de reconfigurar a própria democracia e a participação cidadã;
4. Possibilitar o debate e a expressão de diversas formas de intervenção artísticas e comunicacionais, em torno de novas áreas que envolvam o diálogo inter multicultural entre diferentes actoras/es sociais.

As inscrições estão em curso e o envio da intenção de apresentação das comunicações deve ser feito até dia 31 Março.

Já falta pouco...

Faz hoje um ano...

Contra a injustiça, pela dignidade.

Assinatura urgente

Petição para impedir a demolição do Bolhão.

Simone de Beauvoir...

Não, ninguém enterra a intelectual e a militante.
Por mais que tentem, por mais que se esforcem...

p.s. Por gentileza...alguém me explica o que é exactamente o Panteão dos Grandes Homens?

Obrigada Sónia por me teres dado a conhecer esta preciosidade.
Estou certa de que o Le Nouvel Observateur vai transformar "as jovenzinhas fúteis até à ponta das suas unhas pintadas" (francesas e não só) em mulheres verdadeiramente esclarecidas!

Amazonas da nova arte

"A túnica vermelha", de Támara de Lempicka, de 1927.

À eterna pergunta: porque se construiu a História sem as mulheres?

A eterna resposta... "Elas tinham talento, mas não tinham espaço"...

Ser vítima de violência em Portugal...

Ofensas corporais graves? É esta a tipologia do crime?
Percebe-se porquê, claro: foi apenas um acontecimento. Não há prática reiterada...
Tentativa de homicídio? Parece não ser bem esse o caso! Um golpe de martelo na cabeça talvez não seja o suficiente para matar alguém...digo eu!

Estatuto de vítima? Qual quê? Só quando o agressor fôr condenado (se fôr condenado!) Até à sentença a mulher paga a taxinha moderadora e a notinha de débito da consulta e não pia...152 euros, para ser mais exacta. O que são 152 euros para uma mulher vítima de violência? Que ainda por cima nem é vítima porque não traz consigo o papelinho da sentença a atestar que o é? A não ser que se diga que se caiu da escada ou que se tropeçou num piano! E aí o valor da consulta é debitado ao SNS...

Cumpra-se a lei...

Regresso à normalidade

Esse episódio triste...

Gisberta não foi um caso e a sua morte foi tudo menos um episódio triste.
Os jovens que a assassinaram regressam agora em paz às suas famílias...

E a nossa consciência? Estará em paz?
Fazemos muito pouco ou quase nada para garantir que os/as transsexuais não sucumbam aos olhos da indiferença.

Tolerância zero

Ontem foi dia Dia Internacional da Tolerância Zero Contra as Mutilações Genitais Femininas.
Estima-se em 140 milhões o número de mulheres e raparigas mutiladas em todo o mundo.

Estas mutilações não são apenas físicas, são também mutilações identitárias.
Uma forma de lembrar às mulheres que o seu corpo é algo que definitivamente não lhes pertence. E que ele será moldado e refeito (e amputado) sempre que os outros assim o entenderem.
Uma forma de recordar às mulheres que elas são prisioneiras de um regime que decide por elas se podem ou não ser donas da sua sexualidade e dispôr dela quando e como quiserem.

Entrevista com Prof. Rosiska

Descobri esta pérola...